Rodenstock utiliza inteligência artificial para criar tecnologia em lentes progressivas
Especialista comenta benefícios e impressões acerca da saúde ocular
Após 10 anos de pesquisa, a empresa alemã Rodenstock, fabricante de lentes e armações, confirmou que os modelos simplificados de parâmetros oculares, nos quais se apoiam os fabricantes de lentes, correspondem a apenas 2% dos usuários. As progressivas ou multifocais tradicionais até então, levavam em conta a forma de avaliação para adequar um óculos a um indivíduo de forma padronizada, com apenas quatro parâmetros, o que levou ao conhecimento de dados impressionantes: os modelos antigos são adequados para apenas 14% das pessoas no que diz respeito à profundidade dos olhos, a 27% no que se refere à potência esférica, a 16% para a potência astigmática e a 25% da profundidade da câmara anterior da córnea.
Comparando todos os parâmetros biométricos medidos na nova norma da Rodenstock com os parâmetros padrão usados até agora, conclui-se que apenas 2% dos usuários no mundo possuem lentes realmente precisas para os seus olhos. Pensando exatamente nesse ponto que a empresa desenvolveu as lentes progressivas biométricas, B.I.G. NORM™️, totalmente únicas, individuais, adaptáveis e específicas para cada pessoa. Levando em consideração que assim como os nossos pés possuem tamanhos diferentes e necessitam de tamanhos diferentes para cada pessoa, assim são os olhos, que podem variar de tamanho, forma, comprimento e circunferência.
As lentes biométricas, com o auxílio da inteligência artificial, se tornam ainda mais assertivas e precisas, atendendo as necessidades de cada olho, garantindo uma visão mais nítida e elevando seu padrão. O comprimento do olho afeta a forma como a luz é refratada, por isso é importante saber o comprimento exato ao criar lentes. O comprimento é só um dos parâmetros medidos pela Rodenstock para fabricar as lentes biométricas.
Segundo Hugo Mota, presidente da Rodenstock Brasil, o objetivo da empresa é fornecer lentes biométricas individuais para todas as pessoas, unindo inteligência artificial e um banco de dados com parâmetros biométricos coletados de mais de 500 mil pessoas, oferecendo maior precisão e conforto para os usuários de óculos.
O Doutor Luciano Galhardo de Barros, oftalmologista, especializado em baixa visão, explica que pela primeira vez, a indústria óptica conseguiu fabricar lentes realmente personalizadas, que permitirão ao usuário uma visão muito mais nítida. Tendo em vista que as lentes biométricas levam em consideração cada indivíduo de forma única, e assim o resultado final é uma visão muito melhor para todos.
Em uma pesquisa realizada pela Universidade de Ciências Aplicadas em Munique, foi comparado 2.600 lentes B.I.G. NORM™️ com 2.600 lentes progressivas comuns, onde pôde ser constatado que em 95% dos casos, as lentes B.I.G. NORM™️ conseguiram gerar uma melhor visão periférica, em 96% dos usuários as lentes com a nova tecnologia criaram uma área de visão mais ampla, em 97%, foram reduzidos os efeitos de flutuação e em 89% das vezes foram reduzidas as aberrações para longe.
Entre os principais benefícios da lente estão: curto período de adaptação, visão nítida, tanto de perto quanto de longe, campos de visão otimizados, não havendo efeitos de flutuação, reflexos mínimos e segurança, além de proporcionar uma excelente percepção espacial.
“A criação das lentes biométricas é um marco de uma nova era na fabricação das lentes oftálmicas. Durante os últimos anos, todos os avanços haviam sido voltados para área de aperfeiçoamento dos desenhos das lentes e dos seus respectivos materiais. A grande diferença, agora, é que a Rodenstock conseguiu atuar na outra ponta do problema que era o uso de modelos simplificados de parâmetros oculares muito defasados para confecção dessas lentes. Agora com essa nova tecnologia é possível fabricar lentes baseadas em modelos atualizados criados a partir das medidas reais de cada indivíduo”. Finaliza o oftalmologista.