Conheça os riscos de passar anos sem ir ao dentista
A cárie é maior preocupação dos pacientes, mas especialistas alertam sobre outras doenças
Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 49% dos brasileiros se consultam com dentistas regulamente. Essa baixa porcentagem pode ocorrer pela correria do dia a dia, e assim se passam longos períodos, meses ou até anos, sem ir ao especialista. Apesar de acharem que a ida só é necessária quando surge uma dor ou incomodo, o abandono do ortodontista pode ser responsável por diversos riscos à saúde bucal, não só a cárie como muitos pensam.
“O problema não é só ter uma cárie, ela é a mais temida, porém há diversos outros perigos, especialmente para quem estava fazendo um tratamento ortodôntico e parou subitamente. Vemos isso acontecer constantemente por pacientes que abandonam por acharem que estão perdendo tempo ou porque já está de bom tamanho, o que não é correto”, explica Rita Ventura, dentista e especialista em harmonização orofacial.
O cirurgião dentista Márcio Ramos, fundador da IRio Odontologia, afirma que o tratamento ortodôntico paralisado de forma repentina pode levar a perda de osso, inflamação na gengiva pela falta de manutenção, gerando um acúmulo de bactérias e restos de alimentos no local, o que pode resultar a cárie. Também podendo retirar os benefícios que o aparelho trouxe ao paciente, além de ter altas chances de ter um tempo ainda maior para finalizar o tratamento.
“Ao longo dos anos podem surgir problemas que precisam ser identificados rapidamente, mas que não ganham tanto atenção dos pacientes, como a periodontite, que consiste numa grande inflamação da gengiva, atingindo o ligamento periodontal e o osso responsável por dar sustentação aos dentes. Ou seja, num nível grande, sem nenhum acompanhamento médico, há a possibilidade de perder esses dentes por conta da mobilidade deles”, afirma Rita.
Márcio lembra que poucas pessoas sabem da existência do câncer bucal mas que ele pode surgir após um longo tempo sem os cuidados necessários e a avaliação de um profissional. “Apesar de não ser tão comum, ainda precisa de atenção. A doença pode comprometer as estruturas mais frágeis do rosto, se estiver numa situação avançada, pode ser até necessária a remoção da mandíbula, maxila ou língua, o que é muito pesado, podendo causar problemas na autoestima do paciente já que terá a sua face mutilada”, Márcio finaliza.