Wapiya alerta: fadiga dos pilotos e segurança aérea exigem mudanças urgentes no RBAC 117

A segurança na aviação é um tema que demanda atenção constante, sendo impactada por inúmeros fatores. Entre esses, a fadiga dos pilotos destaca-se como um dos mais críticos, dada a sua influência direta na capacidade desses profissionais de operar aeronaves de maneira segura. Recentemente, a revisão do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) 117, proposta pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), trouxe à tona a necessidade emergencial de reformar as regulamentações que dizem respeito à jornada de trabalho dos aeronautas.

A fadiga e suas implicações na segurança aérea

A diretora-executiva da Wapiya, Daisy Cangussú, aponta que a fadiga, definida como um estado de cansaço extremo que afeta as capacidades cognitivas e físicas, é particularmente perigosa na aviação. Pilotos fatigados estão mais propensos a cometer erros, demorar a responder a situações críticas e apresentar um desempenho inferior durante o voo. Em uma indústria onde a tomada de decisões rápidas e precisas é essencial para a segurança das operações, a presença de fadiga representa um risco significativo.

A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) recomenda que os sistemas de gerenciamento da fadiga se baseiem em princípios científicos e experiências operacionais. Estes sistemas devem considerar fatores como duração do voo, hora do dia, tempo de descanso entre turnos e carga de trabalho acumulada. Ignorar estas recomendações pode resultar em maior incidência de incidentes e acidentes, comprometendo seriamente a segurança de passageiros e tripulações.

Impactos da fadiga mental no desempenho

Estudos recentes sobre fadiga mental, realizados pela NASA e o NIH (National Institutes of Health), reforçam a urgência de abordar esta questão. Pesquisas demonstram consistentemente que a fadiga afeta negativamente diversos aspectos do desempenho dos pilotos, incluindo vigilância, tempo de reação, memória e tomada de decisões. A redução do desempenho cognitivo impacta mais significativamente as funções de atenção, processamento de informações e inibição de respostas, podendo levar a erros ocupacionais operacionais (não seria “operacionais”?), acidentes e redução de produtividade.

No contexto da aviação, os pilotos enfrentam desafios que amplificam o impacto da fadiga mental. Longas jornadas de trabalho e a travessia frequente de múltiplos fusos horários criam um ambiente propício para o desenvolvimento de cansaço extremo. A necessidade constante de manter altos níveis de atenção e tomar decisões críticas torna esses profissionais particularmente vulneráveis aos efeitos deletérios da fadiga mental, elevando significativamente o risco de erros operacionais.

Daisy ressalta a necessidade de compreender que a principal causa dos acidentes na aviação não reside necessariamente na atividade de pilotagem em si, mas no esforço mental prolongado que os profissionais experimentam antes mesmo de iniciar o voo. “É basilar considerar nesta questão não apenas as horas efetivas de voo, mas todo o período de atividade mental intensa que precede a operação da aeronave. Ao reconhecer a extensão total do desgaste cognitivo dos pilotos, torna-se evidente a necessidade de implementar medidas abrangentes para mitigar os riscos associados à fadiga na aviação”, conclui.

Sistemas neurais e a fadiga

A compreensão dos mecanismos neurais subjacentes à fadiga é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de mitigação, destaca Cangussú. “As pesquisas recentes em neurociência têm proporcionado insights valiosos sobre como a fadiga afeta o cérebro e o desempenho cognitivo. Este conhecimento é a chave para a criação de abordagens mais eficientes na prevenção e gerenciamento da fadiga na aviação”, explica a empresária.

Um aspecto importante desse processo é a ativação do sistema de inibição mental, que ocorre quando um indivíduo experimenta fadiga mental expressiva. Este mecanismo de defesa neurológico sinaliza a necessidade de descanso antes que os recursos cognitivos se esgotem completamente. No contexto da aviação, a ativação desse sistema pode comprometer seriamente o desempenho dos pilotos, afetando sua capacidade de processar informações complexas, tomar decisões rápidas e manter a atenção constante necessária durante o voo. Compreender e abordar esses processos neurais é essencial para garantir a segurança e eficácia das operações aéreas.

A importância de regulamentações baseadas em evidências

Daisy salienta que, para diminuir os riscos associados à fadiga dos pilotos, é essencial que as regulamentações do setor sejam fundamentadas em evidências científicas rigorosas. A revisão do RBAC 117 deve refletir as melhores práticas internacionais e considerar plenamente as recomendações da OACI. Isso inclui a implementação de sistemas de gerenciamento de risco de fadiga, que possam monitorar e controlar os fatores que levam ao cansaço extremo.

Medidas como a limitação das horas de voo, pausas obrigatórias para descanso e a garantia de períodos adequados de recuperação são fundamentais. Além disso, é necessário que a regulamentação seja flexível o suficiente para acomodar diferentes tipos de operação, mais rigorosa em garantir que a segurança nunca seja comprometida em função de pressões econômicas ou operacionais.

Conclusão

A fadiga dos pilotos é uma questão crítica na aviação, com implicações diretas na segurança dos voos. A revisão do RBAC 117 proposta pela ANAC precisa ser reavaliada com base nas evidências científicas e das melhores práticas internacionais para garantir que as jornadas de trabalho dos profissionais não coloquem em risco a vida de tripulantes e passageiros. 

Daisy aponta medidas como a limitação das horas de voo, pausas obrigatórias para descanso e a garantia de períodos adequados de recuperação como necessárias. Além disso, a regulamentação deve ser flexível o suficiente para acomodar diferentes tipos de operação, garantindo que a segurança nunca seja comprometida em função de pressões econômicas ou operacionais. “A segurança na aviação deve ser uma prioridade inegociável, e as regulamentações precisam refletir esse compromisso, protegendo tanto a saúde dos tripulantes quanto a integridade das operações aéreas”, conclui.

A Wapiya, como especialista em gestão de pessoas e prevenção da saúde mental reforça a importância de abordar a fadiga não apenas como uma questão operacional, mas como um desafio multimodal que requer uma abordagem holística. Ao integrar conhecimentos científicos sobre fadiga mental e sistemas neurais às práticas de gestão de recursos humanos na aviação, podemos criar um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente para todos os envolvidos.

Sobre o Grupo Wapiya 

O Grupo Wapiya é uma das maiores referências nas áreas de Recrutamento, Seleção e Fornecimento de Mão de Obra Temporária no Brasil, sendo formada pelas empresas Wapiya Gestão de Pessoas, cujo diferencial é a contratação de pessoal que lida em sua rotina laboral com situações de risco, a Start Estágios e a Wapiya Saúde Mental e Bem-Estar que atua na prevenção da saúde mental dos trabalhadores através de atendimento psicológico e de palestras nas empresas voltadas para o bem-estar.